A presença de mulheres na gestão de frotas ainda está longe de ser a ideal, mas os avanços das profissionais femininas no setor são consideráveis.
O aumento de 229% nas contratações de mulheres no setor logístico em 2022, segundo levantamento da Gupy, mostrou que há espaço e sobra competência.
Apesar dos avanços, alcançar a igualdade de gênero no setor ainda é um desafio de longo prazo.
É a disparidade de salários entre homens e mulheres que ocupam a mesma função, além dos casos de assédio que, infelizmente, ainda são uma realidade, especialmente em setores dominados por homens.
Por isso, neste dia tão representativo, vamos falar sobre como a presença das mulheres na gestão de frotas está mudando a cara desse setor predominantemente masculino.
Acompanhe!
Índice:
- Mulheres na gestão de frotas: dados do mercado de trabalho e logística
- Como a presença de mulheres na gestão de frotas melhora a produtividade da empresa?
- Iniciativas que promovem a equidade de gênero no setor de transporte
- A Sofit apoia a equidade de gênero da gestão de frotas
Mulheres na gestão de frotas: dados do mercado de trabalho e logística
Numerosos estudos demonstraram que a diversidade de gênero na força de trabalho não apenas promove a colaboração, a compreensão e a tolerância, mas também aumenta a competitividade, a produtividade e a responsabilidade social corporativa.
Mas de acordo com o IBGE, ainda há dificuldade para a inserção de mulheres no mercado de trabalho.
Um dado que deixa isso evidente é a taxa de participação, índice que mede a faixa da população apta para o trabalho.
Enquanto 73,7% desse público são homens, apenas 53,5% são mulheres, uma diferença significativa, conforme o estudo Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil – 2ª edição.
Ou seja, a representação feminina nas diversas áreas da gestão de frotas ainda é tímida.
Mulheres representam apenas 16,8% deste mercado de trabalho, de acordo com dados da pesquisa “Estudos de Tendência para 2021”, da Veltec.
Outra pesquisa, mais específica, do Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), órgão vinculado ao Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), fez um panorama das mulheres no setor de transporte.
Confira alguns dados interessantes:
- 55,7% são brancas;
- 39,7% são solteiras;
- 38,1% tem entre 26 e 34 anos;
- 48,2% não têm filhos.
Além disso, o estudo mostrou ainda que 54% das mulheres são chefiadas por homens, enquanto 46% possuem outras mulheres como superiores imediatas.
Poucas, porém, protagonistas
Em um dos maiores grupos de gestores de frota do Brasil no Telegram, cerca de 30% são representantes do sexo feminino.
Isso em um universo com mais de 400 integrantes.
Apesar de serem minoria, mulheres figuram como protagonistas no mercado de gestão de frotas.
Dessa forma, representantes femininas que estão à frente, por exemplo, lideram algumas das maiores frotas do país.
É o caso da Astrazeneca, Atlas Copco, Strattner, Fiergs e Correios.
>> Saiba mais: 7 Segredos da gestão de frotas para iniciante
Como a presença de mulheres na gestão de frotas melhora a produtividade da empresa?
Faz tempo que o setor de logística e de transporte está deixando de ser operacional, ligado ao trabalho braçal para se tornar estratégico.
Maioria no ensino superior, segundo o IBGE, as mulheres têm muitas habilidades a oferecer para a gestão de frotas.
E embora o público feminino ainda encontre resistência, as oportunidades para as mulheres em um mercado cada vez mais tecnológico já é uma realidade.
A busca pelo aumento da produtividade e menores índices de retrabalho faz com que cada vez mais mulheres estejam presentes em cargos de gestão.
Isso porque, para driblar as dificuldades e enfrentar o preconceito que, infelizmente, ainda existe, mulheres precisam se provar e fazem isso via especializações e estudos diversos.
Enquanto isso, ações de inclusão promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), através do Pacto Global “Equidade é Prioridade”, auxiliam a nortear as ações.
A iniciativa estabelece que as mulheres devem ocupar pelo menos 30% dos cargos de liderança até 2025 e até 50% em 2030.
Iniciativas que promovem a equidade de gênero no setor de transporte
Nos últimos anos, algumas empresas têm se esforçado para equilibrar a sua força de trabalho e alcançar um melhor equilíbrio de gênero, motivadas tanto por negócios e interesses competitivos, bem como por fatores sociais.
Problemas como pouco espaço para inovação, falhas na comunicação e a gestão de processos ainda são desafios apontados pelas mulheres no setor.
Por isso, empresas de frota investem em programas de incentivo para que mulheres evoluam e atuem em áreas de gestão.
O objetivo é trazer mais mulheres e desenvolvê-las internamente, levando-as para posições de liderança.
Esses esforços estão começando a dar frutos, com o número de mulheres trabalhando no setor continuando a crescer.
Como em outras indústrias, as mulheres representam uma parcela crescente da força de trabalho da indústria da gestão de frotas.
Independentemente do perfil de habilidade, o mercado está aberto a mulheres profissionais talentosas de todos os tipos que provaram seu valor e habilidades, abrindo assim o caminho para a próxima geração.
Assim, empresas podem fazer muito pela equidade de gênero na gestão de frotas.
Então, confira abaixo algumas iniciativas de empresas brasileiras que incentivam a presença feminina em cargos de gestão:
Braspress
Promove um programa de treinamento exclusivo para o público feminino. Assim, a transportadora já conta com 22,9% do seu quadro de colaboradores composto por mulheres.
Man Latin América
A empresa de transporte anunciou que até 2025 pretende trabalhar a questão da equidade de gênero para que as mulheres representem pelo menos 20% do seu quadro executivo. Vale lembrar que a empresa já possui diversas mulheres em cargos de liderança e extremamente técnicos.
Ativa Logística
Na empresa de Itapevi, no interior de São Paulo, as mulheres ocupam mais da metade das operações, especialmente em cargos como a separação de pedidos e de gestão e coordenação.
Vale lembrar que a frota geralmente é apenas um pequeno pedaço da função exercida pelas mulheres.
Normalmente, elas vão além, sendo responsáveis pela área de facilities e, debaixo desse “guarda-chuva”, ela tem a frota para cuidar com diversos outros fornecedores.
A Sofit apoia a equidade de gênero da gestão de frotas
Como podemos observar ao longo deste artigo, as mulheres estão firmando o seu espaço na gestão de frotas, um setor, tradicionalmente liderado por homens.
No entanto, para mostrarem o seu valor em um nicho ainda representado por homens, elas precisam ter pulso firme, visão sistêmica do negócio e decisão com embasamento e argumentos sólidos.
Acreditamos que a equidade de gênero dentro desse segmento só é benéfica para as empresas e também para as mulheres que têm muito a oferecer, tanto na parte operacional como em cargos de liderança.