Comportamentos de risco dos motoristas: como evitar?
O comportamentos de risco dos motoristas é imensamente importante. O Brasil ocupa a 5ª colocação no ranking mundial de mortes no trânsito. À primeira vista, seria fácil associar essa triste marca a fatores como as condições das estradas e dos veículos. Mas a grande maioria dos acidentes tem outro motivo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS 90% dos acidentes são causados por falha humana.
Dito isso, não é difícil antecipar que as principais vítimas dos acidentes fatais em rodovias são os motoristas profissionais, principalmente condutores de veículos pesados. É aí que está a maior missão de um gestor de frota: trabalhar pela segurança de cada motorista. E isso quer dizer, diminuir drasticamente os comportamentos de risco de motoristas.
Como atuar pela segurança no trânsito
E quando sabemos que grande parte das falhas costumam ser consequências de comportamentos de risco de motoristas, já temos o objetivo a ser alcançado: a direção segura.
Entre os principais comportamentos de risco, podemos destacar:
- Excesso de velocidade;
- Acelerações e frenagens bruscas;
- Excesso de velocidade nas curvas;
- Desatenção;
- Ignorar sinais de fadiga; e
- Inobservância das leis de trânsito.
Como promover a direção segura numa frota
Assim como quaisquer hábitos, os comportamentos de risco dos motoristas demandam certo esforço para serem deixados para trás. É necessária uma abordagem mais profunda do que simplesmente ensinar as boas práticas de direção segura.
O gestor de frota deve ter em mente também que aspectos emocionais e de saúde do condutor podem entrar nessa equação. Tudo isso demanda uma abordagem mais complexa.
Nesse sentido, é preciso lançar mão de uma estratégia pedagógica que leve em consideração três importantes pilares para diminuir os comportamentos de risco entre os motoristas de uma frota.
- Sistema para gestão de frota e Telemetria
- Gestão de pessoas; e
- Treinamento.
Cada um desses pilares exerce papel preponderante na implantação de uma cultura de direção segura na frota. E quando aplicados em conjunto com a tecnologia, de forma inteligente, podem trazer resultados surpreendentes. Vamos tratar a seguir de cada um deles:
Pilar 1: Sistema para Gestão de Frota e Telemetria
Quando queremos prevenir acidentes é uma boa ideia buscar identificar suas principais causas. É aí que entra um Sistema para Gestão de Frota juntamente com a telemetria. Com o conjunto dessas ferramentas, o gestor de frota tem acesso a indicadores valiosos para a elaboração de uma estratégia preventiva em prol da direção segura. Por isso, a análise dos indicadores deve ser vista como o pilar inicial para a prevenção de acidentes.
Afinal, esses dados demonstram em tempo real a conduta dos motoristas de uma frota. Com isso, o gestor de frota pode implementar com agilidade ações corretivas para aqueles condutores mais propensos a acidentes.
Esse monitoramento pode ser ainda mais completo quando combinado a tecnologias como: análise de multas e infrações, ranking de motoristas, o videomonitoramento embarcado e o sensor de fadiga. Essas soluções permitem o acompanhamento de sinais de distração, uso do celular na direção, ultrapassagens arriscadas, cintos de segurança não afivelados, entre outros.
Identificado o problema, vamos para a tratativa e parte da solução: a gestão de pessoas.
Pilar 2: Gestão de pessoas no comportamento de risco dos motoristas
Vimos acima que a telemetria deve ser o pilar inicial para a implantação de uma cultura de segurança numa frota. É a partir dela que o gestor de frota pode identificar comportamentos de risco dos motoristas que precisam passar por uma reciclagem antes que causem um acidente. No pilar gestão de pessoas é a hora de tomar providências.
Neste momento, cabe ao gestor agir com transparência e dar feedback ao condutor para que ele tenha ciência de que melhorias são necessárias em sua atuação. É importante deixar claro que a responsabilidade por essas melhorias é – principalmente – do condutor.
Veja a seguir os 4 passos do feedback construtivo ao motorista de frota:
- Mostre ao condutor os eventos registrados pelo Sistema de Gestão de Frota e telemetria. Converse sobre os riscos que eles representam para a operação e, sobretudo, para ele mesmo;
- Não seja crítico e deixe claro que as mudanças necessárias estão nas mãos dele, basta querer;
- O feedback deve ser um diálogo. O gestor de frota deve dar ao motorista a chance de explicar o motivo de determinado desvio. Entretanto a gravidade da situação deve ser explicada pelo gestor, bem como, a postura esperada dali em diante;
- Termine propondo uma parceria, um compromisso do condutor em mudar os comportamentos de risco apontados no feedback. Ofereça apoio.
Timing para analisar os comportamentos de risco dos motoristas
Além de ser muito importante o feedback assertivo para cada condutor, é bom ficar atento ao timing, ou seja, estar pronto para atuar na hora certa. Para isso, pode-se contar com a telemetria.
Alguns sistemas enviam alertas em tempo real – para os condutores e os gestores de frota – quando há desvios de conduta. Assim de um lado o gestor pode orientar e do outro o condutor tem ciência do que deve ser feito no momento do desvio.
Quando um condutor tem acesso a dados sobre seu próprio desempenho ele tende a perceber a importância de um treinamento. A partir disso o engajamento se torna genuíno e o melhor desempenho será um caminho natural. O condutor passa a reduzir comportamentos de risco e, consequentemente, as chances de causar um acidente.
Se a tecnologia e a gestão de pessoas em conjunto podem ser transformadoras para a operação de uma frota, é preciso saber tirar o melhor proveito dessa dobradinha.
Condutores capacitados são mais aptos a lidar melhor com as situações adversas, pois assimilaram informações importantes de prevenção. Isso para não falar de outras vantagens da direção segura, como a redução de custos com manutenção e combustível.
Sua frota já conta com recursos tecnológicos e a cultura da empresa já prima pela direção segura? Então chegou a hora de tratar do nosso terceiro pilar na gestão de frota: o treinamento. Afinal, é fundamental preparar sua equipe para saber utilizar tantos recursos com eficiência.
Pilar 3: Treinamento para condutores
Já falamos que são os relatórios de comportamentos de risco dos motoristas que darão ao gestor de frota elementos para determinar qual tipo de treinamento para motoristas é necessário para promover mudanças de comportamento em cada condutor.
As análises dos indicadores obtidos pela telemetria aliadas à teoria da pirâmide de DuPont, revelam fatores determinantes para a criação de uma cultura de segurança na frota com o propósito de prevenção de acidentes.
Vale lembrar: A Pirâmide de DuPont propõe a seguinte proporção: 1-30-300-3000-30000. Ou seja, para a ocorrência de 1 fatalidade, teria havido anteriormente 30 acidentes com afastamento, 300 acidentes sem afastamento, 3000 incidentes e 30.000 desvios. Isso quer dizer que quando há aumento na quantidade de desvios e incidentes, infelizmente, pode-se esperar um acidente.
Da teoria à prática: o case Comgás
Um dos aspectos mais importantes desse case é que as avaliações do treinamento ocorrem durante todo o processo. Isso permite que seja observada a evolução das competências de cada condutor. Desta forma, podem-se ajustar as estratégias de acordo com as necessidades.
Além do treinamento, outro ponto importante é que, por meio do monitoramento contínuo, as boas práticas devem ser reconhecidas e motivadas sempre que possível.
O reconhecimento pela boa conduta é tão importante quanto a tratativa dos desvios. Esse é o melhor caminho para a implantação de uma cultura de segurança da qual trataremos a seguir.
A cultura de segurança para prevenir comportamentos de risco dos motoristas
Vimos que os três pilares para a prevenção de comportamentos de risco podem ser fundamentais para a prevenção de acidentes. Entretanto, a implementação da cultura de segurança numa frota envolve diversos agentes dentro da operação.
Por isso, é preciso haver clareza e sintonia de toda a equipe em relação a esse objetivo. Trata-se de um trabalho conjunto entre o gestor de frota, a equipe de gestão de pessoas e – claro – os condutores da frota.
Uma das formas mais comuns de conseguir o engajamento por parte dos condutores são os programas de incentivo. Eles são baseados em indicadores de performance que podem premiar os condutores que se destacam.
Programas de reconhecimento e premiações aos condutores que apresentam os melhores indicadores de segurança no trânsito já são comuns em grandes empresas. A ideia é imprimir uma cultura de segurança na qual todos os condutores tenham a aspiração de serem reconhecidos pelo bom desempenho.
Seja qual for o desafio da sua frota, com inteligência e estratégia, sempre haverá um caminho até a conquista dos seus objetivos. Então é hora de analisar os indicadores, definir as mudanças desejadas e mãos à obra!